A Secretaria de Educação de Guarulhos se prepara para desembolsar R$ 3,8 milhões na compra de 118 mil ovos de Páscoa para os alunos da rede municipal. A sessão para apresentação das propostas das empresas interessadas está marcada para a próxima terça-feira (18/3).

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O que chama a atenção no edital é a possível inconsistência na descrição dos itens. Entre as especificações, constam 115 mil ovos de chocolate sem lactose, 1.000 diet e outros 2.000, curiosamente, também sem lactose. O erro na categorização pode gerar questionamentos sobre a real quantidade de cada tipo de ovo prevista na licitação e, dependendo da interpretação, até levar à necessidade de correções ou impugnação do certame.

Além disso, o valor que se pretende gastar com os ovos de Páscoa neste ano disparou em comparação aos últimos anos. Apesar da quantidade adquirida permanecer praticamente a mesma, o custo saltou de R$ 2,6 milhões para R$ 3,8 milhões — um aumento de cerca de 43%.

A polêmica surge um ano depois de o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) ter apontado irregularidades na compra de ovos de Páscoa pela gestão Guti em 2024. Na ocasião, a 2ª Diretoria de Fiscalização identificou incompatibilidade entre o preço contratado e o praticado no mercado, além da possibilidade de direcionamento da licitação a uma determinada marca devido à descrição rigorosa dos produtos. Também foi constatado que a escolha do critério de menor preço global para três itens distintos não foi justificada, o que pode ter prejudicado a seleção da proposta mais vantajosa para a administração.

Enquanto a Secretaria se organiza para garantir ovos de chocolate aos alunos, os uniformes escolares seguem sem previsão de entrega. A licitação milionária para a compra dos kits foi suspensa pelo TCE devido a supostas graves irregularidades, como restrição à concorrência e exigências técnicas questionáveis. A polêmica ocorre em meio à decisão do Prefeito Lucas Sanches de manter a ex-subsecretária da Educação, Fábia Costa, como chefe de gabinete, mesmo após acusações de suposto uso da máquina pública para bancar gastos milionários na campanha eleitoral.

A distribuição dos ovos de Páscoa virou lei ainda na gestão do ex-prefeito Guti, que decidiu implementar a medida justamente em 2020, ano em que foi reeleito. Desde então, a prática se mantém, garantindo o “agrado” anual aos alunos da rede municipal. Agora, resta saber se o edital será ajustado ou se a compra seguirá dessa forma—enquanto os estudantes continuam sem uniformes.

Crédito G7News