Crônicas do cotidiano: Comédia sobre a melhor idade

Se você quiser tirar do baú um bom filme, assista ¨ E se vivêssemos todos juntos?¨. O filme está na Google Play, e no Globo Play. É filme bem
cotado na mídia e o trailer você pode assistir no canal YouTube. Talvez tenha me chamado a atenção o fato de querer estar me inteirando sobre o assunto, já que na chamada do filme trata de um grupo de amigos que já
passaram da faixa dos 70 anos, na França.

Desde garoto, vivi décadas à frente, sempre querendo estar junto dos mais velhos. O filme conta a história de amigos que se conhecem há anos e devido à intimidade que todos possuem, acaba-se criando um triângulo amoroso entre os personagens Claude, Annie e Jeanne.

Annie, que na verdade, é a atriz Geraldine Chaplin, filha de Charles Chaplin; Jeanne, que na vida real, é Jane fonda, e que continua exuberante apesar dos seus 74 anos, quando o filme foi produzido. Hoje ela é uma ativista assídua que luta com coragem por questões ligadas à mudanças climáticas e feminismo – já foi presa, inclusive, por seus protestos –, além de integrar diversas organizações pela equidade de gênero e meio ambiente e ser a fundadora da Jane Fonda Fund for Women Directors.

Faz parte do elenco o ator Claude Rich. Jane e Claude guardam um segredo de 40 anos, onde tiveram um relacionamento e que vem à tona no decorrer do filme e acabam protagonizando o núcleo do enredo.

A questão da idade é colocada de forma hilária e realista, desnudando a falsa ideia de que não existe atração, sexo e vida ativa após a terceira idade.

Para dar um frescor de juventude à trama, o diretor incluiu o jovem ator Daniel Brühl que é contratado para cuidar do cachorro de um dos casais, paralelamente tinha também a função de pesquisador e acaba fazendo parte das trapalhadas e dos conflitos que vinham à tona pelos casais.

No fundo, acabou observador, representando um olhar jovem a observar o comportamento dos mais idosos. O filme mostra situações inusitadas e um bom humor no trato com as questões do envelhecimento para todos os que chegam à ¨melhor idade¨,
mesmo que não seja o clone da história relatada.

Os problemas de saúde, da perda da memória, do Alzheimer, até da infidelidade conjugal e, principalmente, das fragilidades físicas e
limitações impostas pela idade estão lá, até o humor ácido dos franceses. O que chama mais a atenção é o isolamento familiar, havendo poucas cenas com a presença dos filhos, deixando claro que, ou os casais da história se uniam e lutavam pela sobrevivência ou acabariam sozinhos, isolados de seus filhos e demais parentes.

A saída que eles encontraram trouxe conforto e união à todos os envolvidos nas cenas, embora expondo as suas fragilidades e segredos guardados há 40 anos. No final prevaleceu a amizade acima de qualquer rancor ou culpa e a cena final que encerra a trama mostra a cumplicidade plena do adorável grupo, uma tirada digna do cinema francês.

Aproveite e visite a Livraria Amazon e compre o meu livro lançado recentemente Morar num Veleiro, ele está
por R$ 41,00 com frete gratuito.

www.amazon.com.br Autor Waldir Figueiredo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *