Crônicas do cotidiano: Quando o trem parte…

Depois de alguns anos nesse planeta, e eu talvez esteja a mais tempo do que você;
depois de ter visto tantas coisas lindas e outros tristes; verdades amargas e tristezas
que nos faz dar mais valor a vida, chego a conclusão de que morremos duas vezes.

Uma é a morte física, inevitável, imprevisível…Feliz quem morre dormindo, porque
não percebe a presença dela (a morte). A outra morte, e talvez a pior delas, é quando
as pessoas, e não importa o grau de amizade ou familiaridade conosco, deixam de
lembrar ou falar de nós…Hã, essa talvez seja a nossa morte definitiva, o ciclo se fecha
e fomos embora para sempre.

Por isso, os artistas sejam eles pintores, cantores, atores, escritores, músicos,
compositores, diretores de cinema; Políticos, Médicos, autoridades em geral e
pessoas folclóricas que deixaram a sua assinatura. Assassinos também, não importa
os crimes que cometeram, mas eles e algumas de suas vítimas (estas nem sempre
serão lembradas, infelizmente!), terão a lembrança das pessoas por alguns anos e,
alguns, conseguem ultrapassar acima de um século e continuam sendo lembrados até
hoje…Estão vivos em nossas lembranças, que é o porão que armazena tudo de bom e
tudo de ruim pelo qual, passamos, soubemos ou vivemos.

Por isso mesmo é tão importante que você aproveite a sua passagem por essa vida e
deixe a sua marca, mas que seja uma marca que o torne digno(a). Você poderá descer
desse trem, que é a vida quando chegar na sua estação, e ninguém que continuará a
viagem, se lembrará de você, se por acaso tenha ficado isolado e sem ter se
comunicado com as pessoas, amando e ser amado, mesmo que isso lhe traga grande
esforço e algum sofrimento. Amar sempre valerá a pena.

Poderá ter vagado de vagão em vagão sem ser notado, ou ter estado em cada um e ter
feito amizades, sorrido, aproveitado o balanço dos trilhos que a estrada
proporcionou…Alguns solavancos? Faz parte, alguns podem mesmo ser
preocupantes, mas o trem raramente se descarrila, então, em cada solavanco,
aproveite, porque o trem não dá ré na estrada da vida, só anda para frente, e aquela
paisagem já ficou para trás.

Tem gente que aproveita o balanço do trem e cochila. Cochila tanto que nem percebe
que o destino está próximo. Só quando o trem para é que acorda e desce apressado.
Tem gente que fica horas olhando a paisagem pela janela. O balanço e a paisagem
hipnotizam e faz com que as horas passem rápido e o trem chegue ao seu destino.

Outros entram no trem, acham um lugar e começam a puxar conversa e em poucos
instantes, estão rindo e curtindo o balanço do trem e lamentando quando esse se
aproxima do seu destino. Quem bom se ainda demorasse mais algumas horas ou dias
para conversarem mais, curtirem mais essa viagem gostosa.

Assim eu vejo e sinto essa vida, a analogia entre a vida e um trem cabe, para que
possamos refletir que o trecho em que estamos pode estar longe da estação, ou muito
perto, assim como o momento em que vivemos hoje, pode estar muito longe de
extinguir ou muito próximo. A diferença é que num trem, você sabe a hora da partida
e da chegada, na vida, sabemos somente a hora da chegada, a nunca a da partida.

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