Crônicas do cotidiano: Schopenhauer

Schopenhauer, em seu livro ¨A Arte de Escrever¨ da editora L&PM Editores, em muitos
momentos, faz referência aos escritores em geral e corta, retalha e coloca a sua opinião
ferrenha sobre os muitos escritores da época, mas que poderíamos muito bem, transpor
essas criticas para os dias atuais; Deixou registrado que o que merece permanecer como
obra, e que na sua opinião, são poucas, jamais deverão ser imaculadas e, para a maioria dos
escritores, manda seu aviso, que entende somente como obra literária, a que contenha
matéria e conteúdo.

Entre os filósofos que gosto de ler, Schopenhauer, para mim, é um mestre sisudo e suas
opiniões e questionamentos no campo do pensamento humano, até hoje nos faz refletir sobre
os seus pensamentos, Será que nosso comportamento muito pouco mudou desde aquela
época, e apenas nos adaptamos aos novos tempos?

Apesar de gostar muito de suas opiniões, as vezes o acho rancoroso, na época, de mal com o
mundo, desacreditado quanto ao próximo e seu rancor tenta desnudar quem estiver a seu
alcance, e neste livro, foram os escritores em geral.

Se faz necessário para alguém que pretenda escrever algumas linhas e publicar (e todos um
dia, após os 40 anos tem uma grande tendência para isso), ler primeiramente um dos mais
importantes filósofos alemão.

Ele achava que o mundo representava o individuo no seu dia a dia. Influenciou Freud,
Nietzche e Bergson com seu pessimismo.

Schopenhauer era um defensor ferrenho para manter intactas as obras, sem a menor
influência de terceiros, imaculado assim os escritos originais.

Tinha verdadeira aversão pelos tradutores em geral, pois supunha alterarem o sentido e/ou
as palavras, conforme o entendimento de cada um e, deslustrar a originalidade da obra.

Os leitores atuais que estão começando a adquirir o bom hábito da leitura, ele avisa, muitos
livros atualmente que são tidos como obras, mas são na verdade produzidos para ganhar
dinheiro, fazer caixa, escritores que repõem rapidamente seus estoques de livros e, só se
preocupam com a matéria, que ele chama de assunto, e esse, poderá ser algum que esteja
atualmente na moda e na mídia e desperta o interesse de muitos, que ele classifica como
¨tolos¨, ávidos para compreender algum assunto que não conhecem e que não é novidade

Para Schopenhauer, o que interessa é o conteúdo, é o pensamento explícito do autor, que as
linhas contenham o que o autor pensa e de preferência que esse(s) pensamento(s) seja
original, único, mas faz um alerta, após publicar, deixou de ser original e único, pois todos
terão acesso à ele(s).

Tinha também uma preocupação com o hábito exagerado da leitura, pois temia que os
leitores perdessem a própria personalidade.

Com sua lupa filosófica, Schopenhauer esmiúça os rastros, como Sherlock Holmes à caça
dos estelionatários das obras alheias. Jamais admitiu o plágio e afirmava que um texto, tem
que ter o DNA do autor e, que no pensamento em forma de escritas, existe a originalidade
de um verdadeiro autor, digno de ser lido.

Acho interessante quanto ele cita ¨Um livro nunca pode ser mais do que um pensamento do
autor¨.

Com esse pensamento, ele dá total chancela à matéria, sobre o que o autor efetivamente
pensou e tornou público, a forma. Para ele, um autor verdadeiro, tem que saber muito bem o
que fala, ter pesquisado muito sobre determinado assunto e, a expressão das palavras em
forma de letras, tem que ser genuína, do próprio pensamento.

Outro ponto interessante sobre autores e obras é quando ele escreve sobre Goethe, Johann
Wolfgang von Goethe (Frankfurt am Main, 28 de Agosto de 1749 —Weimar, 22 de
Março de 1832) foi um escritor alemão e pensador que também fez incursões pelo campo da
ciência. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do
Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Juntamente com
Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão Sturm und
Drang(Wikipédia).

Ele cita que foram publicadas muito mais obras sobre Goethe do que a própria Obra de
Goethe.

Interessante essa análise e, verdadeira; Não somente sobre Goethe, como também sobre
Fausto; Os eruditos se preocuparam em investigar a lenda do Fausto em vez de estudar o
Fausto.

Desdenha as muitas investigações dos eruditos da época, sobre a matéria e não sobre o
conteúdo, e os esbofeteia com o pensamento lúcido, além de chamar de Infames, covardes e
velhacos os críticos anônimos, ¨É assim que convém aos trapaceiros disfarçados falar,
¨esses cobrelos que sibilam do buraco escuro de um periódico literário e cujo oficio precisa
ser suprimido¨.

A originalidade do pensamento, reflete em nosso século, basta ver um exemplo bem recente.
O sétimo homem mais rico do planeta, conforme publicou a revista Forbes, referente ano
2011, é um brasileiro e, acaba de abrir guerra contra um grupo de comunicações do Brasil.
O motivo, conforme matéria divulgada dia 13/03/2012 na página de economia do site terra
( http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?
idNoticia=201203121923_TRR_80972240), é devido à publicação de um artigo crítico em
uma revista pertencente a um grupo de comunicações, e o motivo? Texto crítico sem autor
identificado .

O empresário expressou assim o seu repúdio:¨Onde está a transparência dos que criticam,
mas se escondem no anonimato? ¨. A maior parte dos questionamentos contra o empresário,
são feitas por pessoas que não foram identificadas.

Schopenhauer entrou em minha vida através do seu recente livro, ¨Schopenhauer e os anos
selvagens da Filosofia¨. No inicio, achei uma leitura chata, enfadonha e confusa, deixei de
lado. Como aprecio a filosofia moderna, tratei de ler Nietsche, mas após alguns livros deste
notável filósofo, não teve jeito, tive que voltar à Schopenhauer e reiniciar a leitura, porque
simplesmente não se consegue escrever ou falar nada sem antes de iniciar o processo de
alfabetização literária, com Schopenhauer.

Algumas frases do Filósofo:

¨A glória é tanto mais tardia quanto mais duradoura há de ser, porque todo fruto delicioso
amadurece lentamente¨.

¨A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais¨.

¨Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência¨.

¨O dinheiro é uma felicidade humana abstrata; por isso aquele que já não é capaz de apreciar
a verdadeira felicidade humana, dedica-se completamente a ele¨.

¨Nas pessoas de capacidade limitada, a modéstia não passa de mera honestidade, mas em
quem possui grande talento, é hipocrisia¨.

¨O amor é a compensação da morte¨.

¨A riqueza influencia-nos como a água do mar. Quanto mais bebemos, mais sede temos¨.

¨A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida, e que se desenvolve para suavizá-la¨.

¨Quanto mais elevado é o espírito mais ele sofre¨.

¨Toda a nação troça das outras e todas têm razão¨.

¨A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos
bolsos¨.

¨As pessoas comuns pensam apenas como passar o tempo. Uma pessoa inteligente tenta usar
o tempo¨.

¨Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte¨.

¨Casar-se significa duplicar as suas obrigações e reduzir a metade dos seus direitos¨.

¨O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra
vantagem¨.

¨O destino baralha as cartas, e nós jogamos¨.

Muito obrigado e até a próxima, se Deus quiser.

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