PAIS E FILHOS AINDA MAIS UNIDOS POR MEIO DO ESPORTE

Domingo, 9 de agosto. No Brasil, hoje é uma das datas mais especiais do calendário, o Dia dos Pais. Em outros países, a comemoração ocorre em momentos variados. Mas, por aqui, é sempre celebrada no segundo domingo de agosto. A união do pai com o filho representa um dos laços mais lindos. E, através do esporte, essa junção fica ainda mais bela. Um exemplo disso vem de Uberlândia (MG). Mateus Carvalho, 27 anos, nasceu com artrogripose múltipla congênita (doença que causa má formação e dificulta a movimentação dos membros).

Após uma passagem pela natação, ele encontrou na bocha paralímpica, em 2012, o caminho para uma vida melhor. “O esporte é o caminho ideal para o desenvolvimento das pessoas. Nas competições, cada um tem seu objetivo. Todo mundo corre atrás dele. Isso tudo te dá um gás. Eu me encontrei na bocha. Sinto que me faz muito bem”, disse Mateus à Agência Brasil. Ainda mais que ele sempre tem o pai Oscar ao lado para ajudá-lo: “É muito bom tê-lo dentro da quadra. Sinto que a nossa parceria se fortalece com isso”.

31.08.19 - Jogos Parapanamericanos Lima 2019 - Bocha - Mateus Carvalho - Bronze classe BC1- Foto: Ale Cabral/CPB

Mateus (esquerda) e Oscar em ação nos Jogos Parapanamericanos de Lima – Ale Cabral/CPB/Direitos Reservados

Mateus disputa as competições de bocha na classe BC3 (na qual os atletas são cadeirantes e têm o maior grau de comprometimento motor, necessitando do auxílio de um assistente esportivo). Na bocha, essa é a função do Oscar. É a pessoa que posiciona a canaleta seguindo as recomendações do atleta para que ele possa lançar a bola. “É através do esporte que Mateus e eu podemos conhecer outras pessoas, ver que nossos problemas às vezes são pequenos se comparados com outros. Tem muito pai sozinho, mãe sozinha. Gente que luta. E nós estamos juntos aqui e vamos seguir lutando. Tenho muito orgulho da história que estamos construindo”, declarou à Agência Brasil.

Mas fora do esporte, o papel do pai Oscar é infinitamente maior. “Fico com meu filho praticamente 24 horas. Desde sempre. Fazemos tudo um pelo outro”, afirma. “Nosso assunto é quase sempre o mesmo, a bocha, treinos, competições”, diz Mateus. A parceria deles já rendeu excelentes frutos dentro das quadras ao redor do mundo. No ano passado, por exemplo, nos Jogos Parapan-americanos de Lima, eles faturaram a medalha de bronze. “Foi emocionante demais. Nosso primeiro Parapan. Conseguimos a medalha. Uma emoção sem tamanho. Tomara que venham muitas outras”, declarou, emocionado, o pai Oscar Carvalho.

Amor que passou de pai para filha

Outra bela história de amor pelo esporte que passa através de gerações vem de São Paulo. O paulista Marcelo Giardi, conhecido como Marreco, atualmente é um dos maiores nomes do wakeboard brasileiro. Entre vários outros títulos, ele tem duas medalhas na modalidade em Pan-americanos (ouro nos Jogos do Rio de Janeiro e prata em Guadalajara). Uma história que começou com o incentivo do pai, Vicente Giardi Júnior. “Entrei no esporte através do esqui aquático por incentivo dele mesmo. Meus tios também, meus primos. Todo mundo andava junto. Veio tudo da família. E, sem dúvida, meu pai foi meu maior incentivador”, diz o atleta à Agência Brasil.

Há quatro anos chegou uma nova integrante para a família, Maria Nep Giardi, filha de Marcelo com a também atleta Mariana Nep: “Ela mudou para muito melhor nossa vida. É uma grande companheira. Me deixou muito mais tranquilo”. Ainda recém-nascida, Maria passou por um problema de saúde. “Ela teve que passar por três cirurgias no intestino. Foi bem difícil. Mas depois, graças a Deus, ela ficou bem e superamos isso juntos. Hoje em dia somos parceiros demais. Ela é muito companheira. Vai conosco em todas viagens”, diz.

Desde pequena, Maria mostrava que também compartilhava o amor pela água. Bem cedo começou a acompanhar os pais nos treinos de wakeboard, em uma represa no interior de São Paulo, onde a família vive. “Na verdade, com menos de um mês, ela já ficava no barco conosco. Depois, quando completou um ano, já começou a entrar aos poucos na água conosco. E, com três anos e quatro meses, já foi sozinha com a prancha. Muito maneiro. Trabalho aqui com muito mais vontade. A chegada dela mudou nossa vida para muito melhor”, encerra o pai orgulhoso.

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