PREFEITURA DE SÃO PAULO SUSPENDE RODÍZIO DE VEÍCULOS E EVENTOS PRIVADOS

Após o aumento dos casos de coronavírus, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio de veículos na cidade a partir desta terça-feira(17) por tempo indeterminado. O anúncio foi feito pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) em um programa de televisão na segunda-feira (16).

Além do rodízio, Covas disse que todos os eventos privados que precisam de alvará estão suspensos na cidade e os equipamentos culturais e de assistência social serão fechados, com exceção dos que acolhem moradores de rua.

O Diário Oficial do Município deve publicar nesta terça-feira (17) um decreto de situação de emergência assinado pelo prefeito.

O prefeito também anunciou que os servidores municipais com mais de 60 anos e os que fazem quimioterapia poderão trabalhar de casa. Covas anunciou também que em todo final da linha, os ônibus serão higienizados para voltarem a circular.

“Todos os dias os casos de coronavírus crescem de 40 a 50% aqui na cidade de São Paulo e isso nos leva a tomar mais medidas para conter a epidemia. Nós estamos entendendo todos os dias como é que a doença se comporta e, baseado nas equipes técnicas, temos ampliado as medidas para segurar o avanço do vírus”, declarou o prefeito.

Bruno Covas também afirmou que a cidade deve perder cerca de R$ 1,5 bilhão em arrecadação de impostos em 2020 devido ao coronavírus. Ele afirma que os secretários irão chamar os empresários do setor privado para se prepararem e também tomarem medidas restritivas em bares, restaurantes, shoppings e casas noturnas da cidade.

“Todo mundo vai perder. Nós estamos chamando os empresários donos de shoppings, restaurantes, bares e cinemas para tentar diminuir os prejuízos para todos. Esse R$ 1,5 bilhão que nós estamos falando diz respeito apenas a receitas de ISS, ITBI e outros impostos que deixarão de entrar nos cofres da cidade por conta da recessão que nós estamos vislumbrando neste ano. Nós já trabalhamos com uma possível retração de menos de 1% no PIB (Produto Interno Bruto) para 2020, que vai impactar os cofres da cidade de São Paulo”, explicou Covas.

A Prefeitura também afirmou que os funcionários públicos municipais que não estão nos grupos de risco vão trabalhar em dois turnos diferentes, para evitar aglomerações nas repartições públicas e contatos físicos próximos. Esses funcionários serão divididos no turno da manhã e da tarde, com a primeira turma trabalhando até o horário do almoço e a outra na parte da tarde.

“A ideia é tirar o pico de stress do transporte público no horário de rush e evitar metrôs e ônibus superlotados. Não há medida restritiva ou do poder público que tenha efeito sem a colaboração e responsabilidade de todos os cidadãos. Lavar as mãos deixou de ser um ato de higiene para ser um ato humanitário. Uma necessidade de saúde pública”, explicou o prefeito.

Os funcionários da Saúde e da Segurança Pública não terão os turnos reduzidos, segundo o prefeito. Mas os servidores municipais com mais de 60 anos e os que fazem quimioterapia poderão trabalhar de casa, assim como gestantes, lactantes e servidores com algum tipo de imunodeficiência.

“A Prodam (Empresa de processamento de dados da cidade) já está orientada a criar links para manter os empregados conectados à prefeitura de casa”, declarou o prefeito da cidade.

O prefeito também afirmou que o atendimento ao público nos balcões de serviço, como Descomplica SP, serviços de emissão de documentos ou renegociação de dívidas só serão feitos por meio de agendamento online ou por telefone, para tentar controlar o fluxo de munícipes nessas repartições.

O rodízio municipal de veículos está suspenso na cidade por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (17). A intenção, segundo ele, é diminuir o fluxo de pessoas no transporte público da cidade durante o pico de proliferação da doença.

“Não é a medida mais aconselhada do ponto de vista ambiental, mas estamos numa situação de emergência e precisamos diminuir o fluxo de passageiros nos trens, ônibus e metrôs da cidade, até o fim da expansão e do pico da doença, que pode durar até três meses”, avaliou o prefeito.

Por hora, as restrições anunciadas nesta segunda-feira são por tempo indeterminado. Mas poderão ser reavaliadas a cada dia, afirmou o prefeito.

Bruno Covas também declarou que a Secretaria Municipal de Transportes (SMT) e a SPTrans vão orientar nesta segunda-feira todas as empresas de transporte público da cidade sobre a necessidade de higienização de todos os ônibus da cidade com água sanitária, assim que chegarem ao ponto final da linha.

Na última sexta-feira (13), o prefeito já tinha anunciado a proibição de eventos públicos municipais, mas essas medidas restritivas da prefeitura foram ampliadas nessa segunda-feira (16) para todos os eventos da capital paulista. Dessa forma, shows, encontros culturais, corridas de rua, entre outros eventos promovidos pela iniciativa privada com aglomerações na capital paulista também foram suspensos por tempo indeterminado.

“Desde sexta-feira, mais de 400 eventos da prefeitura foram cancelados. Agora estamos proibindo também os eventos privados com aglomerações. Quem teve o alvará permitindo a realização do evento vai ter esse alvará cancelado e novos alvarás não serão emitidos pela prefeitura”, disse Covas.

Além da ampliação das medidas restritivas, o prefeito Bruno Covas também anunciou que está mudando para o edifício Matarazzo, sede da Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, para acompanhar 24 horas o avanço do coronavírus na capital paulista.

“A intenção é acompanhar de perto as medidas que estão sendo tomadas para conter a doença”, avisa o prefeito, que também orientou os moradores da cidade de São Paulo a buscarem uma Unidade Básica de Saúde (UBS) caso tenham algum sintoma que indique infecção pelo coronavírus.

“Não podemos superlotar os hospitais. Os Pronto-Socorros são para atender os casos graves da doença. Procurem uma UBS para receber orientações e acompanhamento médicos”, aconselhou.

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