Crônicas do cotidiano: A paz é um hiato entre as guerras

As pessoas…A nossa sociedade de vez em quando, me lembra daquele moleque
irritante que só se acalma quando leva uma sova, dos pais ou de alguém que
aborreceu muito. Depois da surra ele vira santo e quer fazer amigos e um canto para
ficar quietinho…

Quando há o horror absoluto, como nas guerras, nos atentados, nas chacinas, onde a
atrocidade manda mais do que o bom senso e as leis, quando viver mais um dia
significa uma grande vitória pessoal, quando você vê seus companheiros, amigos ou
familiares morrendo bem pertinho e se pergunta, por que eu continuei vivo?

A descoberta de uma doença que vai te levar mais cedo para o buraco, todas as coisas
que até então eram importantes…Exceto os seus filhos e talvez família, nada mais
importa, você quer simplesmente ficar mais um pouco ao lado deles…

Mas o que parece claro como o dia, é que as pessoas estão armadas por dentro,
prontas para o enfrentamento, seja no trânsito ou no lar ou no trabalho, parece que as
pessoas estão sedentas de discussão e agressividade gratuita, por pouco ou nada.

Para mim, felicidade até os 30 anos era ganhar as disputas ou vencer determinadas
situações, mas sem agressividade física ou verbal, era competição, como por
exemplo, ganhar o prêmio de melhor negociador daquele mês…Faria de tudo, mas
dentro da ética para ganhar mais vezes e no final do ano levar todas as premiações
possíveis.

Era saber que seria pai e naquele dia mágico do dia do nascimento do meu filho,
ansioso por ver o rostinho dele(a).

Era ver uma casa e sonhar em adquiri-la, a casa dos sonhos…Enfim, poderia citar
muito mais momentos de plena felicidade, mas o que me chama a atenção era que
esses momentos demoravam muito mais para virar nada, perduravam dentro do meu
coração aquela alegria e durava um bom tempo. A mesma sensação, quando
comprava um carro novo, podes crer, naquela noite visitava a garagem pelo menos
umas 15 vezes de madrugada e não satisfeito, abria o carro e passava alguns
momentos curtindo ele por dentro, o painel, o cheiro de carro novo, se tivesse banco
de couro então, encostava o nariz e parecia perfume da melhor qualidade.

Hoje estamos conectados como nunca fomos e temos acesso ao que acontece no
planeta terra à todo instante, quer um carro? ligue errado e cai a ligação numa
concessionária e seu carro já estará pronto; somos alimentados pelas noticias e pelos
e-mails e mensagens nos smartphones que cada um tem, alguns dois, três modelos
diferentes, outros mais exagerados uns cinco…

Vá a um shopping, um aeroporto, um restaurante e a conversa flui pouco, as pessoas
estão com suas maquininhas e só se vê a luz do aparelhinho e os dedos nervosos de
quem digita…Fica fácil fazer hoje em dia um exame de campo visual..rsrs

Mas o que percebo é que tudo isso não tem trazido felicidade para as pessoas, muito
pelo contrário, afim de adquirir muitos desses bens, vendemos a alma ao sujeito do
degrau debaixo, da capa preta, porque temos que arrumar mais trabalho, mais
empregos, menos tempo conversando com a família e nos tornando personas
virtuais…Eu estou aqui, ali e acolá, mas fisicamente, não estou em lugar nenhum que
seja visível, talvez esteja numa sala escura e fumando um cigarro ou um baseado,
mas a foto que você vê, é de um cara bonitinho e sem vícios.

Nos tornamos o que queremos que os outros pensem da gente, porque ficou muito
mais fácil de enganar e para não perder a viagem, criaturas do mal tem feito vítimas
pela internet.

Talvez por isso mesmo os pais relutam hoje em dia em ver seus filhos desgarrados,
outro erro, porque quando você atinge a maturidade ou se torna idoso e precisa do seu
canto e do silêncio para ler e ver televisão, um filme, você poderá ser convencido a se
retirar de sua casa e ir morar num asilo.

Infelizmente e com muito pesar, parece que somente aprendemos o valor das coisas
materiais ou espirituais através da dor…E ainda nos achamos modernos e sábios.

Hoje em dia, parece que todas as coisas que estão ao nosso dispor, não estão
conseguindo nos trazer felicidade, e nem poderiam, já que essa tal felicidade, são
fragmentos, instantes onde supostamente nos sentimos bem, desejos de posse que
foram atendidos, nada permanente, e nem poderia, porque a alegria e felicidade não
brota da posse, brota da alma que é livre e intocável e o que você tem feito
efetivamente para deixar ela feliz? O que deixa uma alma feliz?

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