PARA ESPECIALISTA ESTAMOS EM AREIA MOVEDIÇA.

Flexibilização da quarentena e adesão baixa a isolamento fazem SP viver efeito ‘areia movediça’
Sem atingir o teto da curva de casos, taxa de transmissão pelo novo corona vírus se mantém alta no estado

Enquanto outros países do mundo já enfrentam uma segunda onda da pandemia de Covid-19, algumas regiões do Brasil vivem um primeiro e longo tsunami que se prolonga para além do que qualquer projeção cravou inicialmente.

O chamado “teto” da curva de casos se arrasta, alertam pesquisadores, porque a taxa de transmissão (RT) do novo corona vírus, que mede a capacidade de uma pessoa doente infectar uma ou mais, se mantém alta entre a população.

Esse cenário é nítido no estado de São Paulo, onde a adesão abaixo do ideal ao isolamento social e a flexibilização da quarentena acontecem antes da diminuição de casos no estado. É um estágio, definem especialistas, de “areia movediça”.

— Quanto mais nos movimentamos, mais afundamos — explica Raul Guimarães, professor de Geografia da Saúde da Universidade Estadual Paulista (Unifesp). — Como mal conseguimos passar de 50% de isolamento social, a curva nunca chega. Tínhamos um cenário de que o teto seria atingido no começo de julho e começaria a cair. Mas, com a flexibilização, e com a disputa de discursos políticos, a taxa de transmissão do vírus continua subindo. O resultado é que vamos postergando o teto por mais alguns meses.

Esta previsão para o nosso estado inclui naturalmente as grandes cidades como Guarulhos, onde a taxa de ocupação de leitos de UTIs bateu os 100% de ocupação, só diminuindo este fator por contratação de leitos em hospitais privados e com a chegada de novos respiradores aos hospitais públicos da cidade.

Para os próximos dias, poderemos ter um diagnóstico da doença no município e vamos esperar que os “especialistas” que orientaram o prefeito na abertura do comércio e diminuição do isolamento social estejam certos porque um passo atrás nesta abertura significará mais infectados, mais óbitos e mais comerciantes e autônomos em situação pré-falimentar, isto sem falar em desemprego.

Vamos torcer para ele estar equivocado.

Por: G1

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